Instrutor de Colégio da PM é acusado de abuso sexual contra estudantes em Vitória da Conquista
A Polícia Civil investiga denúncias de suposto assédio sexual contra estudantes de um Colégio da Polícia Militar, na cidade de Vitória da Conquista. A apuração está a cargo do Núcleo de Repressão à Crimes Praticados contra a Criança e ao Adolescente do município.
O Ministério Público Estadual (MP-BA) solicitou ontem (18), a instauração de um inquérito policial para apurar o caso. Segundo a TV Sudoeste, o caso aconteceu no final do último mês de julho. Mais de dez meninas com até 12 anos alegam terem sido vítimas de abusos praticados por um policial militar que seria o instrutor do colégio. De acordo com os pais das vítimas, ele usava da posição de poder para que as meninas fizessem tudo o que ele queria e não o denunciassem.
“Ele falava que o uniforme estava errado, que precisava corrigir a postura das meninas. Chamava as meninas na frente da sala e pedia para que elas levantassem o braço. Nisso, ele passava a mão nos seios (delas). (Mandava as meninas) juntarem as pernas e passava a mão entre as pernas”, disse a mãe de uma das alunas à TV.
Ainda segundo a Polícia Civil, até o momento, apenas uma vítima registrou ocorrência. Os representantes legais das demais ainda serão convocados até a delegacia para escuta especializada das vítimas.
Outros detalhes do caso são preservados devido à legislação que veda a divulgação de atos judiciais, policiais ou administrativos referentes a criança ou adolescente, conforme estabelecido nos artigos 143,144 e 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Sobre as denúncias, o tenente-coronel Selmo Luiz, diretor do colégio, disse que tomou conhecimento do fato ainda no mês de julho. “Fizemos a oitiva das pessoas que se julgavam prejudicadas e, no primeiro dia útil posterior, iniciamos o processo. Tudo foi informado, feito dentro do prazo legal e encaminhado à Corregedoria da PM para que fosse solucionado”, explicou.
O suspeito foi afastado da escola para que a “apuração ocorresse de forma isenta”. O militar foi transferido para outra unidade não especificada.
O colégio ainda conta com câmeras de segurança em todas as salas, mas, na sala onde teria acontecido o abuso, não foram registradas as imagens porque, segundo o diretor do colégio, a câmera estava com defeito no dia e as imagens não ficaram gravadas.
“Elas estavam transmitindo, mas não estavam gravando. A gente tentou resgatar de alguma forma, mas não conseguimos, mas isso não invalida o processo de apuração, porque foram ouvidas todas as pessoas”, disse o tenente-coronel.

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